Afinal, o que é essa presepada toda aqui?!

Sempre gostei de todo tipo de conteúdo que me tirasse da realidade dura e crua. Depois, descobri a causa, nasci pisciana, não teve jeito, já tinha sido pré-determinado antes mesmo de ter autoconsciência. Pronto, falando sobre astrologia, nesse momento, já perdi a outra metade da minha potencial audiência (a primeira metade foi perdida assim que eu decidi usar gênero neutro na página inicial do site).

Na escola, eu sempre amei literatura, português. Na infância, amava escrever e criar mundos imaginários em minha mente e nas brincadeiras com a minha irmã. Sempre quando era a hora da prova nas aulas do ensino fundamental, eu olhava para o papel, via o que precisava ser feito, mas primeiro preferia olhar ao redor, prestando atenção e observando o que estava acontecendo naquele ambiente intrigantemente calmo e quieto naquele instante e deixava minha mente correr livre. Até a hora que minha mãe foi chamada na escola pela professora para saber o que acontecia rsrs, o porquê de eu ser dispersa.

Mas os caminhos da boa moça (e da sobrevivência), de tentar me encaixar e agradar a boa e correta sociedade, me levaram para a formação (utópica) em Direito. Agora, a metade da vida me cobra o que deixei para trás, a minha essência, a Camila de 10 anos. Aqui, tento resgatar e libertar minha alma pisciana de criadora.

Como vim do Direito, um mundo super conservador, sinto mais dificuldade em adentrar nesse universo de produção de conteúdo que me encanta e me apavora na mesma medida. Percebo que muitos vem do Design, do Marketing, que já sabem as manhas, mais ou menos. Por isso, sigo o conselho deles sobre não me comparar. Começo de coração aberto. Então, peço paciência, por favor, estaremos em constante construção por aqui. Começo sem saber ao certo o que propor no site, mas essa cria precisa nascer, sair do papel (obrigada pela inspiração em seus canais digitais, Tiago, do Tira do Papel). Ela vai aprendendo a andar no caminho, se conhecendo e entendendo a sua identidade enquanto se desenvolve.

Nesse exato momento em que escrevo, o Fogo Palavra tem o objetivo de ser uma curadoria da vida. Vi essa palavra, curadoria, na newsletter do Arthur Miller e tudo fez sentido. Fui procurar o significado dela porque eu curto fazer essas coisas com palavras que me intrigam:

curador |ô|

(cu.ra.dor)

adjetivo e substantivo masculino

1. Que ou que cura.

substantivo masculino

2. [Direito] O que administra bens alheios por encargo judicial.

3. Pessoa que concebe ou organiza uma exposição ou evento artístico ou cultural. = COMISSÁRIO

4. Pessoa cuja atividade profissional consiste em administrar e organizar o acervo ou patrimônio artístico de uma instituição.

5. [Regionalismo] Tratador de cavalos.

"curador", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2025, https://dicionario.priberam.org/curador.

Minha intenção aqui é criar uma curadoria da vida sob meu olhar e experiências que vivencio ou que escuto e/ou observo. Que esse espaço tão querido e amado em sua criação seja um blog literário que mistura a realidade com toques de fantasia, como uma boa pisciana em um site que nasceu com o Sol em Peixes (afinal, por que não? :D). Aqui, quero partilhar histórias do cotidiano, contos, poesias e o que mais vier no dia.

Nesse sentido, por ora, aqui busco compartilhar, registrar, catalogar, reunir que ou que me cura; administrar e organizar o acervo de instantes artísticos da vida: ou, se nada disso cumprir o seu próposito, que seja uma maneira de lidar e desabafar sobre os "cavalos e éguas" que precisamos tratar pelos caminhos da vida.

Bom, é isso. Obrigada por dedicar um espacinho do seu tempo aqui!

Que seja um refúgio compartilhado com nerdices, troca de ideias e belas artes :)